Qual é o tratamento para a demência?

Demência… que palavra pesada, né? Não tem cura. Dói só de escrever isso. Ver alguém que a gente ama se perder… É como assistir a um filme em câmera lenta, onde a pessoa que você conhece vai desaparecendo aos poucos. A minha avó… Lembro dela tão vívida, contando histórias, fazendo bolos, e agora? Mal se lembra do meu nome. Parte o coração.

E o que a gente faz? O que dá pra fazer? Não tem milagre, infelizmente. Os médicos falam em “aliviar os sintomas”, “melhorar a qualidade de vida”… Parece tão pouco, tão vago. Mas é o que temos.

Remédios. Sim, ajudam com a memória, com a confusão mental… Mas, às vezes, me pergunto: será que vale a pena? Os efeitos colaterais… Vi a minha avó ficar tão sonolenta com alguns. É uma escolha difícil, sabe? Um malabarismo constante entre o benefício e o prejuízo.

Tem as terapias também. Terapia ocupacional, fonoaudiologia… Lembro que a terapeuta da minha avó a fazia pintar, cantar… Coisas simples, que pareciam bobas, mas que a faziam sorrir. Esses pequenos momentos… Valem ouro. São vitórias, como se costuma dizer. Vitórias num campo de batalha onde a derrota parece inevitável.

Paciência. Amor. Apoio constante. É o que dizem os especialistas. E é verdade. Exige muito. Às vezes, me sinto exausta. Imagino os cuidadores profissionais, quantas histórias eles devem ter… Quanta força!

Li em algum lugar que a demência afeta milhões de pessoas no mundo. Milhões… É um número assustador. Mas quando você olha para o rosto de quem ama, não são milhões. É uma pessoa. A sua pessoa. E você faria qualquer coisa por ela, não faria? Mesmo sabendo que não há cura. Mesmo que doa. Porque o amor, no fim das contas, é maior que tudo.