Quais são os 6 tipos de derivação?

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A derivação forma novas palavras ao adicionar afixos (prefixos ou sufixos) a palavras existentes. Os seis tipos de derivação são: prefixal, sufixal, mista, parassintética, regressiva e imprópria.

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Desvendando os Segredos da Derivação: Uma Análise Detalhada dos 6 Tipos que Transformam Palavras no Português Brasileiro

A língua portuguesa, rica em nuances e possibilidades, permite a criação constante de novas palavras a partir de vocábulos já existentes. Essa arte de “dar origem” a termos inéditos é conhecida como derivação, um processo fundamental para a expansão e flexibilidade do nosso idioma. Mas, você sabia que a derivação se manifesta de diversas formas, cada uma com suas características e particularidades?

Neste artigo, mergulharemos no universo da derivação, explorando os seis tipos principais que moldam o vocabulário do português brasileiro. Prepare-se para desvendar os mecanismos que transformam palavras, enriquecendo nossa comunicação e expressão.

1. Derivação Prefixal: A Magia dos Prefixos

A derivação prefixal, como o próprio nome sugere, adiciona um prefixo a um radical (a parte da palavra que contém seu significado básico). Esse prefixo, colocado antes do radical, altera ou complementa o sentido original da palavra.

  • Exemplos:
    • Infeliz (o prefixo “in-” indica negação)
    • Refazer (o prefixo “re-” indica repetição)
    • Subentender (o prefixo “sub-” indica inferioridade ou algo que está abaixo)

É importante ressaltar que a derivação prefixal, geralmente, não altera a classe gramatical da palavra original. Um verbo permanece verbo, um substantivo permanece substantivo, apenas o sentido é modificado.

2. Derivação Sufixal: A Força dos Sufixos

Na derivação sufixal, o afixo é um sufixo, ou seja, é adicionado ao final do radical. Ao contrário da derivação prefixal, a sufixal tem o poder de mudar a classe gramatical da palavra original.

  • Exemplos:
    • Pedra -> Pedraria (substantivo -> substantivo)
    • Feliz -> Felizmente (adjetivo -> advérbio)
    • Flor -> Florista (substantivo -> substantivo)

Os sufixos podem indicar diversas coisas, como profissão (-ista), lugar (-aria), qualidade (-dade), entre outros.

3. Derivação Mista: A Combinação Perfeita

A derivação mista combina a adição de um prefixo e um sufixo ao radical, simultaneamente. É importante destacar que, se retirarmos apenas um dos afixos (prefixo ou sufixo), a palavra resultante geralmente não terá sentido ou não existirá.

  • Exemplos:
    • Infelizmente (retirar o “in-” resulta em “felizmente,” que existe, mas retirar o “-mente” resulta em “infeliz,” que também existe, mas não é um exemplo de derivação mista pura)
    • Desalmado (retirar o “des-” resulta em “almado,” que não existe, e retirar o “-ado” resulta em “desalm,” que também não existe)

A chave para identificar a derivação mista é observar se a retirada de um único afixo torna a palavra inexistente ou sem sentido no contexto.

4. Derivação Parassintética: O Nascer Simultâneo

A derivação parassintética, também conhecida como parassíntese, assemelha-se à derivação mista, mas com uma diferença crucial: a adição do prefixo e do sufixo ocorre de forma simultânea e necessária. Se retirarmos qualquer um dos dois afixos, a palavra resultante não existirá.

  • Exemplos:
    • Anoitecer (retirar o “a-” resulta em “noitecer,” que não existe, e retirar o “-cer” resulta em “anoite,” que também não existe)
    • Emudecer (retirar o “em-” resulta em “mudece,” que não existe, e retirar o “-cer” resulta em “emude,” que também não existe)
    • Engordar (retirar o “en-” resulta em “gordar,” que não existe, e retirar o “-ar” resulta em “engord,” que também não existe)

Perceba que, ao contrário da derivação mista, na parassíntese, nenhum dos elementos isolados possui existência independente na língua portuguesa.

5. Derivação Regressiva: A Palavra Invertida

Na derivação regressiva, a nova palavra é formada pela redução da palavra original. Geralmente, essa redução acontece na terminação verbal, dando origem a substantivos.

  • Exemplos:
    • Atacar -> Ataque
    • Lutar -> Luta
    • Chorar -> Choro

A derivação regressiva se caracteriza pela perda de fonemas na terminação da palavra primitiva, gerando um novo vocábulo.

6. Derivação Imprópria: A Mudança de Classe Gramatical

A derivação imprópria ocorre quando uma palavra muda de classe gramatical sem sofrer alteração em sua forma. A mudança é determinada pelo contexto em que a palavra é utilizada.

  • Exemplos:
    • O jantar estava delicioso. (jantar = substantivo) / Jantar tarde faz mal à saúde. (jantar = verbo)
    • O olhar dela me encanta. (olhar = substantivo) / Ela sabia olhar nos olhos das pessoas. (olhar = verbo)

Na derivação imprópria, a palavra mantém sua forma original, mas assume uma nova função gramatical, adquirindo um novo significado dentro da frase.

Conclusão: A Dinâmica da Língua em Ação

A derivação, em suas diversas formas, demonstra a vitalidade e a adaptabilidade da língua portuguesa. Ao entender os mecanismos de cada tipo de derivação, podemos apreciar a complexidade e a beleza do nosso idioma, compreendendo como as palavras se transformam e se reinventam para expressar novas ideias e nuances. Dominar esses conceitos é fundamental para aprimorar a comunicação, enriquecer o vocabulário e aprofundar o conhecimento da gramática normativa. Explore as palavras, observe as transformações e desfrute da riqueza da língua portuguesa!