Por que as línguas de sinais não podem ser universais?

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Línguas de sinais, embora baseadas em gestos, não podem ser universais porque são intrinsecamente ligadas à cultura de cada povo. Cada país possui sua própria cultura e, consequentemente, sua própria língua de sinais. A diversidade cultural é a base para a diversidade linguística, incluindo as línguas de sinais.

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Por que as Línguas de Sinais Não Podem Ser Universais?

Embora as línguas de sinais, por natureza, utilizem gestos para comunicação, elas não podem ser universais. A aparente “universalidade” dos gestos, na verdade, é uma ilusão. A chave para compreender essa limitação reside na profunda conexão entre as línguas de sinais e as culturas que as originam.

Diferentemente da crença popular, a comunicação por meio de gestos não é um sistema pré-determinado ou inato. Ao contrário, as línguas de sinais evoluem ao longo do tempo, adaptando-se às nuances culturais, às necessidades comunicativas específicas de cada comunidade surda e, consequentemente, divergindo entre si.

A diversidade cultural, um dos pilares da riqueza humana, é a força motriz por trás da variedade linguística, abrangendo as línguas orais e, fundamentalmente, as línguas de sinais. Cada país, cada região, possui um conjunto único de valores, tradições, e modos de vida. Essas diferenças culturais são diretamente refletidas na estrutura gramatical, no vocabulário e na forma de expressar conceitos abstratos das línguas de sinais.

Por exemplo, o conceito de “tempo” pode ser expresso de maneiras distintas em diferentes línguas de sinais. A representação espacial e temporal pode variar, assim como a forma de expressar conceitos como “acima”, “abaixo”, “antes” e “depois”. Mesmo gestos aparentemente similares podem ter significados distintos em contextos culturais diferentes.

A base cultural dessas línguas também influencia a forma como os surdos se comunicam, expressando emoções, nuances sociais e até mesmo humor. Expressões faciais e movimentos corporais, componentes intrínsecos das línguas de sinais, são moldados pela cultura e por suas interpretações específicas.

Outro fator crucial é a história da comunidade surda em cada país. As comunidades surdas desenvolveram suas próprias identidades e interações sociais, o que impactou diretamente na evolução das línguas de sinais.

Concluindo, as línguas de sinais, apesar de se utilizarem de gestos visíveis, não são sistemas universais. A riqueza da diversidade cultural é a chave para compreender a natureza complexa e particular das línguas de sinais, reconhecendo a profunda ligação entre as formas de expressão e as culturas que as originam. Cada língua de sinais é uma expressão única e vital da cultura surda associada a ela.