Como saber se o narrador é participante?

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O narrador-personagem participa da história que conta, narrando em primeira pessoa. Sua vivência é intrínseca à narrativa, revelando os fatos a partir de sua perspectiva única e subjetiva, como alguém inserido no enredo, não como mero observador.

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Mergulhando na História: Como Identificar o Narrador-Personagem

Em um bom livro, a voz que nos conduz pelas páginas é fundamental. Ela molda a maneira como percebemos a história, os personagens e até mesmo o próprio mundo. Mas como saber se essa voz é de um mero observador ou de alguém que vive intensamente a trama?

A resposta está na presença do narrador-personagem, uma figura que não apenas conta a história, mas também faz parte dela. É como se a própria história fosse contada por um dos personagens, revelando tudo através de seus olhos, pensamentos e sentimentos.

Sinais que revelam o narrador-personagem:

  • Pronomes de primeira pessoa: “Eu”, “meu”, “minha”, “nós”, “nosso(a)” são as palavras-chave. A história é contada do ponto de vista do personagem, usando esses pronomes para referir-se a si mesmo e à sua experiência.
  • Emoções e pensamentos: O narrador-personagem nos apresenta suas emoções e pensamentos, revelando suas motivações, medos, sonhos e angústias. A história se torna mais profunda e pessoal, como se estivéssemos dentro da cabeça do personagem.
  • Limitação da perspectiva: A narrativa é limitada pela visão do personagem, mostrando apenas o que ele sabe e sente. Detalhes que ele não presenciou ou não teve acesso são omitidos.
  • Participativo na trama: O narrador-personagem não apenas observa, mas também participa ativamente da história. Seus atos, decisões e consequências influenciam o curso da narrativa.

Exemplos na literatura:

  • “O Morro dos Ventos Uivantes” de Emily Brontë: A história é narrada por Heathcliff, revelando sua intensa paixão, vingança e o sofrimento que o consome.
  • “A Metamorfose” de Franz Kafka: Gregório Samsa, transformado em um inseto, narra sua própria transformação e a reação de sua família, retratando a angústia e o isolamento.
  • “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry: O piloto, personagem central, relata seu encontro com o príncipe, revelando suas reflexões sobre a vida, o amor e a amizade.

A vantagem do narrador-personagem:

A presença do narrador-personagem cria uma conexão íntima com o leitor. Através de seus olhos, a história se torna mais viva, real e emocionalmente envolvente. Experimentamos a trama por dentro, compreendendo os personagens e suas motivações de maneira profunda e autêntica.

A desvantagem do narrador-personagem:

A perspectiva limitada do narrador-personagem pode gerar cegueira para certos aspectos da história. O que ele não sabe, não vemos. Essa limitação pode criar suspense e intriga, mas também pode gerar dúvidas e confusões.

Reconhecer o narrador-personagem é fundamental para desvendar a complexidade da história e mergulhar de corpo e alma na trama. Ao identificar sua presença, você se torna um leitor mais atento, capaz de compreender as nuances da narrativa e se conectar de forma mais profunda com a história que está sendo contada.

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