Como se referir à terceira pessoa?
A terceira pessoa do singular é representada pelos pronomes ele (masculino) e ela (feminino), enquanto no plural usamos eles (masculino) e elas (feminino). Essa classificação gramatical indica que o sujeito da ação não participa diretamente da conversa.
Mais do que “ele” e “ela”: Uma exploração da terceira pessoa em português
A terceira pessoa, em português, parece simples à primeira vista: “ele”, “ela”, “eles”, “elas”. Contudo, sua utilização vai além da simples substituição de um nome próprio. Compreender a nuance da terceira pessoa implica entender não apenas os pronomes, mas também as implicações semânticas e estilísticas de sua escolha. Este artigo explora as sutilezas dessa categoria gramatical, indo além da definição básica apresentada em gramáticas tradicionais.
A definição clássica, que afirma que a terceira pessoa se refere a alguém ou algo fora do ato comunicativo – falante e ouvinte – é um bom ponto de partida. Mas, a escolha entre “ele/ela/eles/elas” pode carregar conotações importantes, dependendo do contexto. Por exemplo, o uso de “ele” para se referir a uma pessoa cujo gênero não é explicitamente conhecido pode soar como uma imposição de gênero, reforçando normas sociais questionáveis. A linguagem inclusiva, cada vez mais presente nos debates contemporâneos, sugere alternativas como “elu”, “eles/as”, ou mesmo a repetição do nome da pessoa, buscando evitar generalizações e promover uma linguagem mais respeitosa e representativa.
Além dos pronomes pessoais, a terceira pessoa também engloba outras formas de referência indireta. Podemos usar possessivo (“sua”, “seu”, “dele”, “dela”), demonstrativos (“esse”, “aquela”, “aquele”) e indefinidos (“alguém”, “ninguém”, “qualquer um”) para falar de alguém sem nomeá-lo diretamente. A escolha entre esses elementos contribui para a construção do sentido do texto, definindo o grau de proximidade e familiaridade com o referente. Um relato jornalístico, por exemplo, privilegiará a impessoalidade, utilizando-se frequentemente de pronomes indefinidos ou a forma passiva. Já em uma narrativa literária, a escolha pode ser mais livre e expressiva, refletindo a relação do narrador com a personagem.
A terceira pessoa também se manifesta em formas verbais. As conjugações verbais na terceira pessoa indicam a ação realizada por um sujeito externo à conversa. A concordância verbal com o sujeito na terceira pessoa é fundamental para a correção gramatical. É importante notar, ainda, que o uso da terceira pessoa do singular pode, em algumas situações, ter um efeito de generalização, como em frases do tipo “O brasileiro gosta de futebol”. Aqui, o pronome implícito “ele” se refere a uma coletividade, sendo crucial avaliar o potencial de generalizações imprecisas que essa construção pode produzir.
Em resumo, dominar a terceira pessoa em português exige mais do que a simples memorização dos pronomes. É necessário um entendimento profundo de seu funcionamento contextual, suas implicações estilísticas e sua capacidade de gerar diferentes efeitos de sentido. A escolha consciente das formas de referência na terceira pessoa contribui para uma comunicação mais precisa, inclusiva e eficaz.
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