Fazem no ou fazem lo?

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A conjugação correta do verbo fazer com o pronome oblíquo o no presente do indicativo é: eu faço-o, tu fazes-lo, ele fá-lo, nós fazemo-lo, vós fazeis-lo, eles fazem-no. Note a variação na forma do verbo auxiliar fazer para concordar com o sujeito da oração.

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Fazem-no ou Fazem-lo? Desvendando o Mistério da Conjugação Verbal

A língua portuguesa, rica em nuances e particularidades, frequentemente apresenta desafios mesmo para falantes nativos. Um desses desafios reside na conjugação verbal, especialmente quando envolve pronomes oblíquos átonos como “o”, “a”, “os” e “as”. A dúvida que surge com frequência é: “Fazem-no” ou “Fazem-lo”? Qual a forma correta?

A resposta, como muitas vezes acontece na gramática, não é simples “uma ou outra”. A escolha entre “fazem-lo” e “fazem-no” depende, crucialmente, da colocação pronominal e da ênfase desejada. Ambas as formas são gramaticalmente corretas, mas empregadas em contextos distintos.

Analisando “Fazem-lo”:

Esta forma, “fazem-lo”, representa a próclise, ou seja, o pronome oblíquo “lo” está antes do verbo. A próclise geralmente ocorre quando há palavras atrativas antes do verbo, como advérbios, conjunções subordinativas, pronomes relativos e indefinidos. Exemplo:

  • Eles o fazem sempre com cuidado. (Aqui, o advérbio “sempre” atrai o pronome)
  • Ainda que não o façam de bom grado, eles o farão. (A conjunção subordinativa “embora” atrai o pronome)

A próclise, em muitas situações, confere uma maior naturalidade à frase, especialmente na linguagem coloquial.

Analisando “Fazem-no”:

“Fazem-no” representa a ênclise, ou seja, o pronome “no” é colocado após o verbo. A ênclise é mais comum quando o verbo inicia a oração ou quando não há palavras atrativas antes dele. No entanto, em muitas situações, a ênclise soa mais formal e, por vezes, até um pouco artificial na oralidade. Exemplo:

  • Fazem-no com presteza e eficiência. (O verbo inicia a oração)

A questão da eufonia:

Apesar das regras de colocação pronominal, a eufonia (boa sonoridade) também desempenha um papel na escolha entre “fazem-lo” e “fazem-no”. Em alguns casos, uma forma pode soar mais agradável ao ouvido do que a outra. É uma questão de estilo e sensibilidade linguística.

Conclusão:

Não existe uma forma “mais correta” entre “fazem-lo” e “fazem-no” de forma absoluta. A escolha dependerá do contexto, da colocação pronominal e, em menor grau, da eufonia. Compreender as regras de colocação pronominal e os seus efeitos na frase é fundamental para uma escrita e fala mais precisa e elegante. A prática e a leitura constante contribuirão para o desenvolvimento dessa sensibilidade linguística. O importante é que o contexto justifique a escolha, garantindo a clareza e a naturalidade da mensagem.