O que é quando a pessoa troca as palavras?

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A dislalia, ou dificuldade de articular palavras, é um distúrbio de fala que se manifesta pela má pronúncia. Isso pode envolver omissão, acréscimo, troca ou distorção de fonemas, alterando a sequência sonora e o significado das palavras faladas. É um problema de articulação, não de compreensão da linguagem.

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Para além da Dislalia: Quando a Troca de Palavras Vai Além da Pronúncia

A troca de palavras na fala, muitas vezes associada à dislalia, abrange um espectro mais amplo do que a simples dificuldade de pronúncia. Enquanto a dislalia se concentra em problemas de articulação dos fonemas – os sons da fala –, a troca de palavras pode ter raízes em diferentes processos cognitivos, impactando a fluência e a compreensão da mensagem. Compreender essa distinção é crucial para uma abordagem diagnóstica e terapêutica adequada.

A dislalia, como mencionado, é um distúrbio de articulação que pode resultar em omissão (deixar de pronunciar um fonema), acréscimo (adicionar um fonema), distorção (pronunciar um fonema de forma incorreta) ou, sim, troca de fonemas. Neste último caso, a troca acontece dentro da estrutura silábica da palavra, afetando sua sonoridade, mas sem necessariamente mudar o significado da frase. Por exemplo, alguém com dislalia pode dizer “pato” em vez de “mato”, trocando o /p/ pelo /m/. A compreensão do significado permanece intacta.

No entanto, a troca de palavras pode ocorrer em contextos diferentes e mais complexos, sem envolver necessariamente a articulação fonêmica. Consideremos algumas possibilidades:

  • Paraphasias: São erros na fala que indicam problemas na seleção e recuperação lexical – ou seja, na escolha e acesso às palavras certas. Existem vários tipos de paraphasias, incluindo:

    • Paraphasias fonéticas: Trocas de sons dentro de uma palavra, semelhantes à dislalia, mas podendo ser mais aleatórias e menos consistentes.
    • Paraphasias semânticas: Troca de uma palavra por outra com significado similar. Por exemplo, dizer “cadeira” em vez de “mesa”.
    • Paraphasias neológicas: Invenção de palavras inexistentes na língua.
    • Paraphasias verbais: Troca de uma palavra por outra, sem relação semântica aparente. Dizer “carro” em vez de “chuva”, por exemplo.
  • Afasia: Um distúrbio de linguagem mais severo, geralmente resultado de lesão cerebral, que afeta a capacidade de produzir e/ou compreender a linguagem. A afasia pode se manifestar de diversas formas, incluindo a troca de palavras, mas também por dificuldades gramaticais, fluência reduzida e compreensão comprometida.

  • Problemas de memória de curto prazo: A dificuldade em reter informações por curto período pode levar a trocas de palavras ou repetições na fala, especialmente em frases longas ou complexas.

A troca de palavras, portanto, não é um diagnóstico em si, mas um sintoma que pode indicar diferentes condições. É crucial observar o contexto da troca, a frequência com que ocorre, a idade do indivíduo, a presença de outros sintomas de linguagem e a história médica para determinar a causa subjacente. A avaliação por um fonoaudiólogo ou neurologista é fundamental para um diagnóstico preciso e a implementação de um tratamento adequado, que pode envolver terapia da fala, reabilitação neurológica ou outras intervenções. A automedicação ou conclusões precipitadas podem atrasar o diagnóstico e o tratamento de condições que, se detectadas precocemente, podem ter prognósticos favoráveis.