Quais são as normas-padrão da língua portuguesa?

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A norma-padrão da língua portuguesa é a variedade linguística utilizada em contextos formais, como textos acadêmicos e oficiais. Caracteriza-se pela uniformidade, clareza e precisão, sendo a base para a comunicação escrita formal e o ensino da língua. Sua estrutura gramatical segue regras estabelecidas, garantindo a compreensão universal.

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Desvendando a Norma-Padrão da Língua Portuguesa: Muito Além do “Certo” e do “Errado”

A língua portuguesa, como qualquer outra língua viva, apresenta uma rica diversidade de formas de expressão. Falamos de variações regionais, sociais, situacionais – e todas elas são legítimas e constituem a riqueza da nossa comunicação. No entanto, em determinados contextos, como a escrita acadêmica, a redação de documentos oficiais, e até mesmo em situações profissionais formais, recorremos à norma-padrão. Mas o que, afinal, define essa norma e qual sua real importância?

A norma-padrão não é um conjunto de regras arbitrárias, mas sim um sistema linguístico codificado, baseado em gramáticas e dicionários, que busca a uniformidade e a clareza na comunicação escrita e, em menor grau, na comunicação oral formal. Sua função primordial é garantir a inteligibilidade do texto para um público amplo, transcendendo as variações regionais e sociais. Não se trata de um julgamento de valor sobre o “certo” e o “errado”, mas sim de uma escolha consciente de uma variedade linguística adequada a cada situação.

Pensar na norma-padrão como uma espécie de “língua ideal” é um equívoco. Ela é dinâmica e evolui ao longo do tempo, adaptando-se às mudanças sociais e culturais. Gramáticas e dicionários não ditam as regras, mas as registram e sistematizam, refletindo o uso da língua em contextos formais e prestigiados. A própria definição do que constitui a norma-padrão sofre ajustes ao longo dos anos, com debates constantes entre linguistas e estudiosos da língua.

Diversos elementos contribuem para a definição da norma-padrão:

  • Ortografia: A escrita correta das palavras, seguindo as regras oficiais estabelecidas pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. Isso inclui acentuação, hífen, uso de maiúsculas e minúsculas.

  • Gramática: O conhecimento e o uso correto da estrutura gramatical, incluindo concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, colocação pronominal e emprego dos tempos e modos verbais.

  • Vocabulário: A escolha de palavras adequadas ao contexto, evitando gírias, regionalismos e expressões coloquiais em situações formais. A preferência recai sobre termos mais neutros e de ampla compreensão.

  • Pontuação: O uso correto dos sinais de pontuação para garantir a clareza e a fluência do texto, evitando ambiguidades e melhorando a sua leitura.

  • Estilística: A construção de frases e parágrafos coesos e coerentes, garantindo a clareza e a organização das ideias.

É importante frisar que o domínio da norma-padrão não implica o abandono das outras variedades linguísticas. A capacidade de alternar entre diferentes registros de linguagem, adaptando-se ao contexto comunicativo, demonstra flexibilidade e domínio da língua como um todo. A norma-padrão é uma ferramenta poderosa, mas seu uso deve ser estratégico e consciente, respeitando a riqueza e a diversidade da língua portuguesa em sua plenitude. Afinal, a comunicação eficaz depende não apenas do conhecimento das regras, mas também da sensibilidade para utilizá-las de forma adequada e pertinente.