Quais são os exemplos de vícios de linguagem?

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Vícios de linguagem:

Para aprimorar a clareza e correção textual, evite vícios como ambiguidade (duplo sentido), cacofonia (sons desagradáveis), eco (repetição de palavras), gerundismo (uso excessivo do gerúndio) e pleonasmo vicioso (redundância desnecessária). Identificá-los e corrigi-los contribui para uma comunicação mais eficaz e profissional.

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Desvios da Clareza: Uma Imersão nos Vícios de Linguagem e Como Evitá-los

Escrever com clareza, precisão e elegância é uma arte que se aprimora com a prática e a atenção aos detalhes. Um dos maiores desafios nesse processo é identificar e eliminar os chamados vícios de linguagem, armadilhas sutis que podem comprometer a qualidade da comunicação, obscurecendo o sentido e até mesmo gerando ruídos na mensagem.

Enquanto a norma culta da língua portuguesa nos oferece um vasto leque de recursos expressivos, os vícios de linguagem representam desvios indesejados, fruto de descuidos, desconhecimento ou simples falta de atenção. É crucial entender que, ao contrário de figuras de linguagem que enriquecem o texto, os vícios empobrecem e confundem.

Vamos explorar alguns dos vícios mais comuns e oferecer dicas práticas para construir textos mais concisos e eficazes:

1. Ambiguidade: A Arte de Não Dizer Nada com Precisão

A ambiguidade ocorre quando uma frase permite múltiplas interpretações, tornando o significado obscuro. Isso pode ser causado pela má colocação de palavras, pelo uso inadequado de pronomes ou pela construção sintática confusa.

  • Exemplo: “Vi o acidente perto da igreja.” (Quem estava perto da igreja, o falante ou o acidente?)
  • Como evitar: Reestruture a frase para deixar claro o referente. “Perto da igreja, eu vi o acidente.” ou “Eu vi o acidente que ocorreu perto da igreja.”

2. Cacofonia: Sinfonia de Sons Desagradáveis

A cacofonia surge da combinação de sons que resultam em palavras ou expressões com sonoridade estranha ou até mesmo jocosa.

  • Exemplo: “Ela tinha uma boca tão grande.” (A combinação de “boca” e “tão” cria um som inadequado).
  • Como evitar: Altere a ordem das palavras, use sinônimos ou reformule a frase. “Ela tinha uma boca muito grande.” ou “A boca dela era muito grande.”

3. Eco: A Repetição Desnecessária que Irrita os Ouvidos

O eco consiste na repetição excessiva de palavras ou sons semelhantes em um curto espaço de texto, gerando uma sensação de monotonia e falta de fluidez.

  • Exemplo: “O relatório foi redigido de forma redigida, o que redigiu a atenção dos superiores.”
  • Como evitar: Utilize sinônimos, pronomes ou reformule as frases para evitar a repetição. “O relatório foi redigido com cuidado, o que chamou a atenção dos superiores.”

4. Gerundismo: A Praga do “Estar Fazendo” Infinito

O gerundismo é o uso exagerado do gerúndio, especialmente para expressar ações futuras ou rotineiras. Embora o gerúndio tenha seu lugar na língua, o excesso pode tornar o texto prolixo e artificial.

  • Exemplo: “Vou estar enviando o relatório amanhã.”
  • Como evitar: Substitua o gerúndio por formas verbais mais simples e diretas. “Enviarei o relatório amanhã.”

5. Pleonasmo Vicioso: A Redundância Desnecessária que Polui o Texto

O pleonasmo vicioso ocorre quando se repete uma ideia já expressa na própria palavra, tornando a frase redundante e desnecessária. Diferente do pleonasmo literário, que tem função estilística, o pleonasmo vicioso empobrece o texto.

  • Exemplo: “Subir para cima.” ou “Descer para baixo.”
  • Como evitar: Elimine a palavra ou expressão redundante. “Subir” ou “Descer” já indicam a direção.

Além dos Vícios Clássicos: Atenção à Modernidade

Com a evolução da língua e a influência da comunicação digital, novos vícios de linguagem surgem. Um exemplo é o uso excessivo de jargões técnicos, abreviações informais e estrangeirismos desnecessários, que podem dificultar a compreensão do texto para um público mais amplo.

A Chave para a Excelência: Prática e Revisão Constantes

Evitar vícios de linguagem não é apenas uma questão de decorar regras gramaticais, mas sim de desenvolver um olhar crítico sobre a própria escrita. A prática constante, a leitura atenta e a revisão cuidadosa são as melhores ferramentas para identificar e eliminar esses desvios da clareza.

Ao investir tempo e esforço para aprimorar sua escrita, você estará construindo uma comunicação mais eficaz, precisa e profissional, transmitindo suas ideias com clareza e impacto. Lembre-se: a clareza é a alma da comunicação.