Qual a classe gramatical da palavra segunda-feira?

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Substantivo composto. Mais especificamente, um substantivo composto formado pela junção do numeral ordinal segunda e o substantivo comum feira. Note que o hífen, obrigatório até a reforma ortográfica de 2009, ainda é amplamente utilizado, embora não mais exigido pelas normas gramaticais atuais. Portanto, segunda-feira ou segunda feira são ambas grafias aceitas.
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A Flexibilidade da Língua: O Caso de Segunda-feira

A língua portuguesa, rica e dinâmica, constantemente se adapta e evolui, refletindo as mudanças sociais e culturais que a permeiam. Um exemplo interessante dessa flexibilidade reside na classificação e grafia de palavras compostas, como é o caso de segunda-feira. Afinal, qual a classe gramatical dessa expressão tão presente em nosso cotidiano? A resposta é simples, porém repleta de nuances: substantivo composto.

Mais precisamente, segunda-feira é um substantivo composto formado pela união de dois termos: o numeral ordinal segunda e o substantivo comum feira. Essa composição gera um novo substantivo que designa o segundo dia da semana, um conceito abstrato que representa um recorte temporal na nossa organização social. A compreensão dessa estrutura é fundamental para a análise gramatical correta da palavra.

A construção de substantivos compostos é um recurso recorrente na língua portuguesa, permitindo a criação de novas palavras para expressar ideias complexas de forma concisa. Observemos outros exemplos: girassol, passatempo, couve-flor. Em todos esses casos, a combinação de dois ou mais termos resulta num novo vocábulo com significado próprio, diferente da soma simples dos significados individuais dos seus componentes.

A questão da grafia, no entanto, apresenta uma peculiaridade histórica. Até a reforma ortográfica de 2009, o hífen era obrigatório na escrita de segunda-feira, assim como em muitos outros substantivos compostos. Essa regra, entretanto, foi alterada, e atualmente, tanto segunda-feira (com hífen) quanto segunda feira (sem hífen) são consideradas grafias corretas. A escolha, portanto, se torna uma questão de estilo pessoal ou de preferência editorial, sem incorreção gramatical em nenhuma das opções.

Essa mudança nas regras ortográficas ilustra a adaptação contínua da língua a novas necessidades e convenções. A simplificação da grafia, nesse caso, visa a facilitar a escrita e a leitura, sem, contudo, comprometer a clareza e a precisão da mensagem. É importante notar, porém, que a escolha da grafia, mesmo sendo livre, deve ser consistente ao longo de um texto para garantir a uniformidade e a elegância da escrita.

Em suma, segunda-feira é um substantivo composto, resultante da união de segunda e feira, que representa o segundo dia da semana. Sua grafia, ora com hífen, ora sem, é permitida pela norma culta, demonstrando a flexibilidade e a capacidade adaptativa da língua portuguesa, sem prejuízo de sua riqueza e precisão. A persistência do uso do hífen, apesar de não ser mais obrigatório, reflete a inercia linguística, a força da tradição e a preferência individual de alguns escritores. A língua vive e se transforma, e a história da grafia de segunda-feira é um exemplo perfeito dessa dinâmica evolutiva.