Qual é a estrutura de um texto dissertativo-argumentativo?

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Um texto dissertativo-argumentativo se organiza em três partes cruciais: introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução expõe o tema central, a tese defendida e os argumentos que a sustentam. O desenvolvimento, geralmente em dois parágrafos, aprofunda esses argumentos, apresentando evidências e raciocínios que fortalecem a posição do autor sobre o tema proposto.

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Desvendando a Estrutura do Texto Dissertativo-Argumentativo: Mais do que Introdução, Desenvolvimento e Conclusão

A estrutura do texto dissertativo-argumentativo, frequentemente reduzida à fórmula mágica “introdução, desenvolvimento e conclusão”, esconde uma complexidade que garante a efetividade da argumentação. Compreender essa estrutura a fundo, indo além da simples nomenclatura, é fundamental para a construção de textos persuasivos e consistentes. Não se trata apenas de três partes justapostas, mas sim de uma progressão lógica que guia o leitor pela linha de raciocínio do autor.

A Introdução: O Portal de Entrada para a Argumentação

A introdução não é um mero anúncio do tema. Ela é a chave para engajar o leitor e prepará-lo para a argumentação que se seguirá. Uma boa introdução deve apresentar, de forma concisa e impactante:

  • A contextualização: Um breve panorama do assunto, que pode incluir dados estatísticos, referências históricas ou exemplos relevantes, para situar o leitor e despertar seu interesse. Evite generalizações amplas e irrelevantes. A contextualização deve ser focada e direcionada para o tema específico.

  • A tese: A ideia central que será defendida ao longo do texto. A tese é a espinha dorsal do seu argumento, a afirmação que você busca provar. Ela deve ser clara, concisa e polêmica o suficiente para gerar discussão. Evite teses óbvias ou consensuais.

  • O roteiro argumentativo (opcional, mas recomendado): Uma breve apresentação dos argumentos que serão desenvolvidos no corpo do texto. Isso funciona como um mapa para o leitor, facilitando o acompanhamento da linha de raciocínio. Essa apresentação pode ser implícita, através da escolha das palavras-chave, ou explícita, por meio de frases como “Para sustentar essa tese, serão apresentados os seguintes argumentos…”.

O Desenvolvimento: A Construção da Argumentação

Esta é a parte central do texto, onde os argumentos são apresentados e aprofundados. A quantidade de parágrafos varia de acordo com a complexidade do tema e a quantidade de argumentos, mas a qualidade da argumentação é mais importante do que o número de parágrafos. Cada argumento deve ser desenvolvido em um ou mais parágrafos, utilizando:

  • Evidências: Dados estatísticos, exemplos concretos, citações de especialistas, pesquisas científicas etc. As evidências devem ser relevantes, confiáveis e bem contextualizadas. Apresente apenas evidências que realmente sustentem seu argumento.

  • Raciocínios lógicos: Conexões coerentes entre as evidências e a tese, utilizando recursos argumentativos como analogias, deduções, induções etc. Evite falácias lógicas e raciocínios superficiais.

  • Refutação de contra-argumentos (opcional, mas altamente recomendado): Antecipar e refutar possíveis objeções à sua tese demonstra domínio do assunto e fortalece sua argumentação. Reconhecer a existência de pontos de vista diferentes não enfraquece seu argumento, ao contrário, o torna mais robusto.

A Conclusão: A Síntese e o Fechamento do Raciocínio

A conclusão não é apenas um resumo do que já foi dito. Ela representa a síntese da argumentação e deve:

  • Reafirmar a tese: Reforçar a ideia central defendida, sem repeti-la textualmente. A reafirmação deve ser feita de forma mais concisa e impactante, utilizando diferentes palavras.

  • Resumir os principais argumentos: Fazer uma breve retomada dos argumentos apresentados, destacando sua contribuição para a defesa da tese.

  • Apresentar uma perspectiva final (opcional): Abrir espaço para reflexões mais amplas sobre o tema, propondo soluções, apontando perspectivas futuras ou sugerindo novas pesquisas. Evite conclusões abstratas ou moralistas.

Em suma, a estrutura do texto dissertativo-argumentativo não se limita a três partes sequenciais, mas sim a uma progressão lógica e persuasiva, que exige planejamento, organização e domínio do assunto. A clareza, a coerência e a coesão textual são fundamentais para garantir a eficácia da argumentação e a compreensão do leitor.