Quando foi criado o Plano Nacional de Leitura?

2006, né? Foi quando criaram o Plano Nacional de Leitura. Lembro-me vagamente… acho que já andava na faculdade. Baixos níveis de literacia, diziam. E não estavam errados, francamente. Quantos miúdos (e graúdos!) conhecemos que mal conseguem ler um parágrafo sem perder o fio à meada? Esses números, esses estudos… sei lá, às vezes parecem tão distantes. Mas depois, olho à minha volta e, pronto, lá estão eles, bem reais.

Dez anos a tentar melhorar os hábitos de leitura, diziam eles. Dez anos… Será que resultou? Na minha família, pelo menos, não me parece que tenha havido grande impacto. A minha mãe sempre leu – devorava romances, um atrás do outro. Lembro-me de a ver na poltrona, com um livro na mão e um chá quente ao lado. Era o ritual dela. Já o meu irmão… ui, esse nem tocar num livro! A não ser que fosse obrigado, claro.

Uma vez, tentei convencê-lo a ler “O Alquimista”. Um livro tão inspirador, tão… bom, vocês percebem. Ele olhou-me de lado, revirou os olhos e disse qualquer coisa como “livros são para totós”. Que raio! Como é que alguém pode achar que ler é coisa de totó? É por isso que programas como o Plano Nacional de Leitura são importantes, não é? Para mostrar às pessoas a magia que se esconde entre as páginas de um livro. Para as transportar para outros mundos, para as fazer pensar, para as… Bem, acho que já me estou a alongar. Mas pronto, 2006. Já lá vão uns aninhos. Espero que tenha valido a pena, esse plano todo. Será que alguém realmente sabe o impacto que teve? Fica a pergunta.