Quais são as girias do Nordeste?

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No Nordeste, babão é bajulador, bafafá é confusão, bexiguento alguém sem qualidades e bixiga-lixa um agitador problemático.

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Desvendando o Baianês e outras gírias nordestinas: um passeio pelo vocabulário arretado da região

O Nordeste brasileiro é conhecido por sua cultura vibrante, que se manifesta em ritmos musicais contagiantes, culinária saborosa e, claro, em um jeito peculiar de falar. As gírias nordestinas, cheias de expressões criativas e carregadas de humor, pintam as conversas com cores e sabores únicos, tornando a comunicação uma experiência rica e divertida. Muito além do “oxe” e do “arretado”, existe um universo de palavras e expressões que enriquecem a linguagem e refletem a identidade da região.

Embora alguns termos como “babão” (bajulador), “bafafá” (confusão), “bexiguento” (sem qualidades) e “bixiga-lixa” (agitador problemático) sejam relativamente conhecidos, a riqueza do vocabulário nordestino vai muito além desses exemplos. Imagine só: em cada estado, e até mesmo dentro de uma mesma cidade, as gírias podem variar, criando um mosaico linguístico fascinante.

Para além dos clássicos:

Vamos explorar algumas expressões menos conhecidas, que demonstram a diversidade e a criatividade do linguajar nordestino:

  • Aperreado (a): No Ceará e em outros estados, significa estar com problemas, dificuldades ou passando por um momento difícil. Exemplo: “Tô aperreado com essa conta pra pagar.”

  • Aribado (a): Usado principalmente no Rio Grande do Norte e na Paraíba, refere-se a alguém que se mudou recentemente para um local ou que é considerado novo na região. Exemplo: “Ele é aribado aqui na cidade.”

  • Caído do cavalo/ da mula: Comum em Pernambuco, Alagoas e Sergipe, descreve alguém desajeitado, estabanado ou que cometeu uma gafe. Exemplo: “Ele caiu do cavalo na frente da menina que tava paquerando.”

  • Fuleiro (a): Amplamente utilizado na Bahia, significa algo de má qualidade, falsificado ou sem valor. Exemplo: “Comprei um relógio fuleiro na feira.”

  • Gastura: Essa expressão pernambucana descreve uma sensação de incômodo, mal-estar ou angústia. Exemplo: “Aquela música me dá gastura.”

A influência indígena e africana:

A riqueza do vocabulário nordestino é também fruto da influência de línguas indígenas e africanas, que contribuíram para a formação de termos e expressões únicos. Compreender a origem dessas palavras é mergulhar na história e na cultura da região.

Preservando a identidade cultural:

As gírias nordestinas são parte fundamental da identidade cultural da região. Utilizá-las é uma forma de manter viva a tradição e valorizar a riqueza linguística brasileira. Por isso, da próxima vez que estiver no Nordeste, ou conversando com alguém de lá, preste atenção nas gírias e expressões utilizadas. Você poderá se surpreender com a diversidade e a criatividade do vocabulário, e quem sabe, até incorporar algumas dessas palavras ao seu próprio repertório. Afinal, falar “arretado” é muito mais divertido do que falar “legal”, não é mesmo?