Qual a transitividade do verbo incluir?

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O verbo incluir é transitivo direto, exigindo um complemento para ter sentido completo, como em incluir alguém.

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A Transitividade do Verbo “Incluir”: Mais do que um Simples Complemento

O verbo “incluir” é frequentemente apresentado como simplesmente transitivo direto, uma classificação que, embora correta em sua essência, não captura a riqueza de suas possibilidades sintáticas. Afirmar que “incluir” exige apenas um complemento direto, como em “Incluir alguém no grupo”, é uma simplificação que ignora nuances importantes de seu uso. Vamos explorar a transitividade de “incluir” com mais profundidade, desvendando suas diferentes construções e o impacto delas no significado da frase.

Sim, em sua forma mais básica, “incluir” é transitivo direto. Ele necessita de um objeto direto que representa o elemento que está sendo incluído: “Incluir o item na lista“, “Incluir a criança na brincadeira“, “Incluir o valor na conta“. Nesses exemplos, o objeto direto responde à pergunta “O quê?” ou “Quem?”.

No entanto, a construção mais comum de “incluir” envolve, além do objeto direto (o que está sendo incluído), um objeto indireto (onde ou em que algo está sendo incluído). Essa construção, muitas vezes omitida em análises superficiais, demonstra uma transitividade mais complexa, aproximando-se de um verbo bitransitivo. Observe:

  • Incluir o item na lista: “Item” é o objeto direto (o que é incluído) e “na lista” é o objeto indireto (onde é incluído). A preposição “em” (ou suas variantes “na”, “no”, “nos”, “nas”) é fundamental para a compreensão completa da sentença. A ausência da preposição e do complemento indireto gera uma frase incompleta ou com sentido alterado. “Incluir o item” soa truncado e exige um contexto para clareza.

  • Incluir o aluno no projeto: Similarmente, “aluno” é o objeto direto e “no projeto” o objeto indireto.

A presença do objeto indireto não é apenas uma questão de estilo, mas sim um elemento semântico crucial. Ele especifica o conjunto, o grupo, ou o contexto em que a inclusão ocorre. A omissão do objeto indireto pode levar à ambiguidade, dependendo do contexto. Por exemplo, “Incluir João” poderia significar incluí-lo em um grupo, em uma lista, em uma conversa etc. A especificação do objeto indireto elimina essa ambiguidade.

Em resumo, enquanto a classificação de “incluir” como transitivo direto é válida em um nível superficial, uma análise mais completa reconhece a sua forte tendência à construção bitransitiva, exigindo tanto um objeto direto (o que é incluído) quanto um objeto indireto (onde ou em que é incluído) para expressar seu significado pleno e evitar ambiguidades. Essa nuance é essencial para a compreensão da sintaxe e da semântica do verbo, demonstrando a complexidade que se esconde por trás da aparente simplicidade de sua classificação gramatical básica.