Qual é a classe e subclasse da palavra de?

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De pode pertencer à classe de palavras das preposições, mas em construções como à custa de ou a par de, funciona como parte de uma locução prepositiva. Essas locuções, formadas por duas ou mais palavras, atuam sintaticamente como preposições, conectando termos da oração e exprimindo variadas relações de sentido.

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A Multifacetada “De”: Classe e Subclasses de uma Pequena Palavra

A palavra “de” é um camaleão na gramática portuguesa. Sua aparente simplicidade esconde uma riqueza morfológica e sintática que a torna um desafio para a classificação precisa. Enquanto predominantemente classificada como preposição, sua atuação na frase revela nuances que exigem uma análise mais detalhada, levando-nos a considerar subclasses e contextos específicos.

A classificação principal de “de” como preposição é inegável. Em inúmeras construções, ela estabelece relações de posse, origem, matéria, agente da passiva, entre outras, conectando substantivos, pronomes e orações. Exemplos abundam: “a casa de João”, “cheguei de viagem”, “mesa de madeira”, “o livro foi escrito de Machado de Assis”. Nesses casos, “de” atua como um elo fundamental na estrutura da frase, transmitindo informações essenciais para a compreensão do sentido.

No entanto, a aparente simplicidade dessa classificação se quebra quando analisamos expressões como as mencionadas no prompt: “à custa de” e “a par de”. Aqui, “de” não funciona isoladamente como preposição, mas como parte integrante de uma locução prepositiva. As locuções prepositivas, como “à custa de”, “a par de”, “em vez de”, “em detrimento de”, “à frente de”, etc., são unidades lexicais consolidadas que atuam sintaticamente como uma única preposição. Sua função é a mesma de uma preposição simples: ligar termos da oração e expressar relações semânticas. A diferença reside na sua constituição, que envolve duas ou mais palavras, frequentemente com uma preposição simples como elemento central (no caso, “de”), combinada com outras palavras que contribuem para a especificação do sentido.

A subclassificação de “de” dentro das locuções prepositivas não implica uma mudança de sua classe gramatical fundamental. Ela continua sendo uma preposição, mas sua função específica é modificada pela integração a uma unidade sintática maior e mais complexa. A análise precisa, portanto, exige a distinção entre “de” como preposição simples e “de” como parte integrante de uma locução prepositiva. Ignorar essa distinção leva a análises incompletas e imprecisas da estrutura frasal.

Em resumo, “de” pertence à classe gramatical das preposições, podendo atuar tanto como preposição simples, estabelecendo relações diretas entre termos, quanto como parte integrante de locuções prepositivas, onde contribui para a formação de unidades lexicais complexas que desempenham a função sintática de uma preposição. Esta multifuncionalidade demonstra a riqueza e a complexidade da língua portuguesa, revelando a necessidade de uma análise contextualmente sensível para a classificação precisa das palavras.