Quais são os 4 tipos de borderline?

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O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) não se divide em tipos distintos. É um diagnóstico único com sintomas variados, como explosões de raiva, medo intenso de abandono, impulsividade, sentimentos de vazio e relacionamentos instáveis.

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O Mito dos “4 Tipos” de Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)

A ideia de que existem quatro tipos distintos de Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um equívoco comum. Não existe uma classificação oficial reconhecida pela comunidade médica ou científica que divida o TPB em subtipos ou categorias. A complexidade do TPB reside na variedade de sintomas que um indivíduo pode apresentar, mas estes sintomas não se agrupam em tipos distintos e previsíveis.

O que frequentemente leva à confusão são as diferentes apresentações clínicas do transtorno. Um indivíduo com TPB pode apresentar sintomas mais proeminentes de instabilidade emocional, enquanto outro pode ter a impulsividade como característica principal. Ainda outro pode se destacar pela intensa insegurança no relacionamento interpessoal, e um quarto pode apresentar uma combinação de diversos sintomas com diferentes graus de intensidade. Esta variação na apresentação clínica, contudo, não define tipos distintos de TPB, mas sim a complexidade inerente ao transtorno.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), referência internacional para o diagnóstico de doenças mentais, descreve o TPB com base em critérios específicos que envolvem padrões de comportamento disfuncional em diversas áreas da vida do indivíduo, tais como:

  • Relacionamentos instáveis e intensos: caracterizados por idealização e desvalorização rápida e frequente das pessoas próximas.
  • Autoimagem distorcida e instável: com mudanças repentinas na percepção de si mesmo e no sentido de identidade.
  • Impulsividade em áreas potencialmente autodestrutivas: como gastos excessivos, abuso de substâncias, direção perigosa, compulsões alimentares e automutilação.
  • Esforços desesperados para evitar o abandono real ou imaginário: que podem levar a comportamentos manipuladores ou ameaçadores.
  • Ameaças ou atos de automutilação: recorrentes, como cortes, queimaduras ou outras formas de autoagressão.
  • Instabilidade afetiva: com mudanças de humor repentinas e intensas, muitas vezes duradouras por apenas algumas horas.
  • Sentimentos crônicos de vazio: uma sensação persistente de falta de propósito e de si mesmo.
  • Raiva intensa e inadequada: que pode ser difícil de controlar e frequentemente resultar em agressões verbais ou físicas.
  • Pensamentos ou sintomas dissociativos transitórios: que podem envolver uma sensação de desconexão de si mesmo ou de seu ambiente.

Em resumo, a ausência de subtipos no TPB não significa que a experiência de cada indivíduo com o transtorno seja homogênea. A diversidade de sintomas e a intensidade com que se manifestam é significativa, mas não define categorias distintas. Compreender a complexidade do TPB e focar no tratamento individualizado, baseado nos sintomas específicos de cada paciente, é fundamental para a sua efetiva abordagem terapêutica. A busca por uma rotulação em “tipos” simplifica um quadro clínico que exige uma abordagem muito mais matizada e sensível.