Qual é o final de uma pessoa com Alzheimer?

O Fim da Jornada: Compreendendo o Estágio Final da Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma jornada dolorosa, tanto para quem a vivencia quanto para seus familiares e cuidadores. Embora cada pessoa experiencie a doença de forma única, o estágio final apresenta algumas semelhanças marcantes, todas elas relacionadas à progressiva perda de funções vitais. Entender esse processo, embora difícil, pode ajudar a preparar-se para os desafios e a proporcionar o máximo de conforto e dignidade ao paciente.

No estágio final, a doença avança além dos problemas de memória e cognição, atingindo o cerne das funções básicas que sustentam a vida. A comunicação torna-se praticamente inexistente. A pessoa pode emitir sons, gemidos ou choros, mas a capacidade de expressar pensamentos e necessidades através da linguagem desaparece.

A alimentação torna-se um desafio imenso. A dificuldade para engolir (disfagia) aumenta o risco de engasgos e pneumonia aspirativa, uma complicação frequente e grave. A perda de apetite e a incapacidade de se alimentar sozinha contribuem para a desnutrição e a fragilidade física.

A incontinência urinária e fecal é outro aspecto marcante dessa fase. O controle dos esfíncteres é perdido, exigindo cuidados constantes com a higiene e a prevenção de infecções. As escaras (lesões na pele causadas pela pressão prolongada) também são comuns devido à imobilidade e à dificuldade de mudar de posição.

A mobilidade, por sua vez, é severamente comprometida. A pessoa perde a capacidade de andar, sentar-se sem apoio e, eventualmente, até mesmo de mover-se na cama. Essa imobilidade completa a torna extremamente vulnerável a infecções, especialmente respiratórias e urinárias.

Nos últimos dias ou semanas, a pessoa pode entrar em estado de coma, um estado de inconsciência profunda do qual não é possível despertá-la. O falecimento, geralmente, ocorre em decorrência de complicações como infecções, pneumonia aspirativa ou falência de múltiplos órgãos.

É importante ressaltar que o tempo de duração do estágio final varia de pessoa para pessoa. Pode durar semanas, meses ou até mesmo alguns anos. Durante esse período, o foco dos cuidados deve ser o conforto e a dignidade do paciente. Controlar a dor, prevenir infecções, garantir uma boa hidratação e proporcionar um ambiente tranquilo e acolhedor são fundamentais.

Lidar com o estágio final do Alzheimer é um desafio emocionalmente intenso. Buscar apoio em grupos de suporte, terapia e aconselhamento pode ajudar familiares e cuidadores a navegar por esse período difícil e a encontrar a força necessária para oferecer os melhores cuidados possíveis ao seu ente querido. A informação e a compreensão do processo são as melhores ferramentas para enfrentar a realidade da doença e proporcionar um final de vida digno e respeitoso.