Faz 30 anos ou faz 30 anos?

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A construção faz 30 anos está correta. O verbo fazer, indicando tempo decorrido, é impessoal e permanece no singular, independente do período de tempo. Assim, fazem 30 anos está incorreto. A impessoalidade do verbo fazer nesse contexto garante a concordância em terceira pessoa do singular.

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A Verdade Nua e Crua: “Faz 30 Anos” vs. “Fazem 30 Anos” – Uma Análise Definitiva e Sem Mistérios

A língua portuguesa, com suas nuances e sutilezas, frequentemente nos coloca diante de dilemas gramaticais que parecem pequenos, mas que, na verdade, carregam consigo um peso considerável. Um desses dilemas, recorrente em conversas do dia a dia e até mesmo em textos mais formais, é a escolha entre “faz 30 anos” e “fazem 30 anos.”

Enquanto a concordância verbal é uma regra fundamental da gramática, em certas situações, como a que envolve a indicação de tempo decorrido com o verbo “fazer”, essa regra é deliberadamente quebrada em prol da impessoalidade do verbo. E é aí que a confusão se instala.

Desvendando o Enigma da Impessoalidade

A chave para entender por que “faz 30 anos” é a forma correta reside no conceito de impessoalidade do verbo fazer. Quando o verbo “fazer” é utilizado para indicar tempo decorrido, ou seja, para expressar quanto tempo se passou, ele se torna um verbo impessoal. Verbos impessoais são aqueles que não se referem a um sujeito específico e, portanto, não variam em número (singular ou plural).

Em outras palavras, o verbo “fazer” assume uma forma fixa, a terceira pessoa do singular (“faz”), independentemente da quantidade de tempo que está sendo expressa. É como se o tempo fosse uma entidade abstrata, um sujeito indefinido ao qual o verbo “fazer” se associa de forma invariável.

Por que “Fazem 30 Anos” Soa Estranho?

Apesar da tentação de concordar o verbo “fazer” com a expressão “30 anos,” que aparentemente está no plural, essa concordância é, gramaticalmente, incorreta. A forma “fazem 30 anos” soa estranha porque viola a regra da impessoalidade do verbo “fazer” nesse contexto específico.

Imagine a seguinte analogia: você não diria “Existe pessoas,” mas sim “Existem pessoas.” No entanto, ao indicar tempo, a lógica é diferente. “Fazem 30 anos” é tão inadequado quanto dizer “Existe 30 anos.”

Exemplos Claros e Incontestáveis

Para solidificar o entendimento, vejamos alguns exemplos que demonstram a aplicação correta da regra:

  • “Faz 10 anos que me mudei para esta cidade.”
  • “Faz apenas um dia que ele partiu.”
  • “Faz séculos que este castelo foi construído.”
  • “Faz alguns meses que não nos vemos.”

Em todos os casos, o verbo “fazer” permanece na terceira pessoa do singular, mesmo quando a expressão que indica o tempo está no plural (“séculos,” “meses”).

Além do “Faz 30 Anos”: Outras Aplicações da Impessoalidade

É importante ressaltar que a impessoalidade do verbo “fazer” não se restringe à indicação de tempo. Ela também se aplica em outros contextos, como:

  • Fenômenos da natureza: “Faz frio,” “Faz calor.”
  • Indicação de existência (com o verbo haver): “Há muitos problemas a serem resolvidos.”

Em ambos os casos, os verbos “fazer” e “haver” são impessoais e permanecem na terceira pessoa do singular, independentemente do “objeto” que os acompanha.

Conclusão: Uma Regra Essencial para a Fluência e Precisão

Dominar a regra da impessoalidade do verbo “fazer” ao indicar tempo decorrido é fundamental para expressar-se com fluência e precisão em português. A forma correta é, inequivocamente, “faz 30 anos” (ou qualquer outro período de tempo). A memorização dessa regra, combinada com a compreensão do conceito de impessoalidade, elimina qualquer margem para dúvidas e garante a correção gramatical em suas expressões.

Portanto, da próxima vez que você se deparar com essa questão, lembre-se: o verbo “fazer,” quando indica tempo que passou, é imutável, singular e impessoal. “Faz 30 anos” é a escolha certa, sempre.