O que são desvios de concordância nominal?
Desvios de concordância nominal ocorrem quando a concordância entre substantivo e adjetivo (ou outros termos que o modificam) em gênero e número está incorreta. Por exemplo, O carro azul e veloz está correto, mas A casa grande e bonito apresenta erro, pois bonito deveria ser bonita. A falta de correspondência gera incoerência gramatical.
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Desvios de Concordância Nominal: Uma Análise Detalhada dos Erros Mais Comuns
A concordância nominal é um pilar fundamental da gramática portuguesa, garantindo a harmonia e a clareza na comunicação escrita e falada. Ela se refere à adequada relação de gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural) entre o substantivo e as palavras que o modificam, como adjetivos, artigos, pronomes e numerais. Quando essa relação é quebrada, temos o que chamamos de desvios de concordância nominal, gerando frases incorretas e, muitas vezes, ambíguos.
Contrariamente à crença de que se trata apenas de um detalhe de pouca importância, dominar a concordância nominal é essencial para uma escrita formal e precisa. A ocorrência de desvios pode comprometer a credibilidade do texto, seja ele acadêmico, profissional ou literário.
Vamos explorar alguns dos erros mais frequentes:
1. Concordância com Substantivos de Gêneros Diferentes:
Quando temos dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo que os acompanha pode concordar:
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No masculino plural: Esta é a forma mais comum e recomendada, principalmente em contextos formais. Exemplo: “A casa e o carro velhos foram vendidos.”
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Com o substantivo mais próximo: Apesar de menos formal, essa concordância também é aceitável. Exemplo: “A casa e o carro velho foram vendidos.” A escolha desta opção, porém, exige atenção para evitar ambiguidades.
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Em gênero e número com cada substantivo: Essa concordância, embora gramaticalmente correta, pode soar artificial ou rebuscada em muitos contextos. Exemplo: “A casa velha e o carro velho foram vendidos.” Seu uso deve ser ponderado.
2. Concordância com Numerais:
A concordância com numerais também pode gerar dúvidas. Observe:
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“Um e dois reais”: Correto, pois o adjetivo concorda com o numeral mais próximo (dois).
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“Dois carros azul-marinho”: Incorreto, o correto é “Dois carros azul-marinho” (ou “azuis-marinho”, dependendo da preferência do autor e do contexto, embora a primeira seja mais comum).
3. Concordância com Adjetivos e Pronomes Adjetivos:
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Adjetivos compostos: geralmente, apenas o último elemento varia em gênero e número. Exemplo: “camisas azul-claras”. Exceções existem, como em “surdo-mudo”.
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Pronomes adjetivos: seguem a regra geral da concordância nominal, concordando em gênero e número com o substantivo. Exemplo: “Minha casa e meu carro.”
4. Concordância com Expressões Partitivas:
Expressões como “a maioria de”, “a maior parte de”, “grande parte de” podem gerar dúvidas na concordância. O adjetivo pode concordar com o substantivo da expressão partitiva ou com o substantivo que a segue. Exemplo: “A maioria dos alunos estavam presentes.” ou “A maioria dos alunos estava presente.” A primeira opção é geralmente preferida em contextos formais.
5. Concordância com o Sujeito:
Desvios de concordância podem ocorrer também em relação à concordância verbal, onde o verbo precisa concordar com o sujeito. Erros neste aspecto, mesmo que indiretamente, acabam por gerar problemas de concordância nominal, quando o adjetivo ou pronome concordam erroneamente com o verbo e não com o sujeito.
Considerações Finais:
A concordância nominal, embora possa parecer um aspecto complexo da gramática, se torna mais simples com prática e atenção aos detalhes. A leitura atenta de textos bem escritos e o exercício constante são fundamentais para a internalização das regras e a correção dos erros. A busca por um padrão formal e a consistência na aplicação das regras contribuem para uma escrita mais precisa e elegante. Lembre-se que a dúvida sempre pode ser sanada consultando gramáticas normativas.
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