Quais são as 120 conjunções?

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Não existe uma lista definitiva e universal de 120 conjunções. A quantidade de conjunções varia dependendo da classificação gramatical utilizada e da abrangência da análise. Conjunções são palavras de ligação, classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas) e subordinativas (causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais). Não há uma lista padrão com 120 itens.
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Desmistificando o Mito das 120 Conjunções: Uma Análise Clara e Concisa

A ideia de que existe uma lista fechada e definitiva de 120 conjunções na língua portuguesa é um equívoco comum, frequentemente encontrado em materiais didáticos simplificados ou listas descontextualizadas. A realidade gramatical é bem mais complexa e matizada, refletindo a própria natureza dinâmica e evolutiva da linguagem. Em vez de buscar um número mágico, é fundamental entender a função e a classificação das conjunções, bem como a flexibilidade com que a língua portuguesa as utiliza.

As conjunções, em sua essência, são palavras de ligação. Elas atuam como pontes entre orações, frases e até mesmo parágrafos, estabelecendo relações de sentido cruciais para a coesão e a coerência textual. Sua importância reside na capacidade de conectar ideias de maneira lógica e expressiva, evitando frases soltas e desarticuladas.

Tradicionalmente, as conjunções são divididas em duas categorias principais: coordenativas e subordinativas. Essa divisão se baseia na relação que elas estabelecem entre as orações conectadas.

  • Conjunções Coordenativas: unem orações independentes, ou seja, orações que possuem sentido completo mesmo quando separadas. Elas se subdividem em:

    • Aditivas: expressam adição, soma de ideias (e, nem, mas também).
    • Adversativas: expressam oposição, contraste (mas, porém, contudo, todavia, entretanto).
    • Alternativas: expressam alternância, escolha (ou, ou…ou, quer…quer, seja…seja).
    • Conclusivas: expressam conclusão, consequência (logo, portanto, pois, por conseguinte, assim).
    • Explicativas: expressam explicação, justificativa (que, porque, pois).
  • Conjunções Subordinativas: unem uma oração principal a uma oração subordinada, que depende da principal para ter sentido completo. Elas se subdividem em:

    • Causais: expressam causa (porque, como, já que, visto que, uma vez que).
    • Comparativas: expressam comparação (como, assim como, tal qual, tanto quanto, mais…que, menos…que).
    • Concessivas: expressam concessão, oposição atenuada (embora, conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de que).
    • Condicionais: expressam condição (se, caso, contanto que, desde que, a menos que).
    • Conformativas: expressam conformidade, acordo (conforme, como, segundo, consoante).
    • Consecutivas: expressam consequência (que, de modo que, de forma que, tanto que, tão que).
    • Finais: expressam finalidade, propósito (para que, a fim de que, que).
    • Proporcionais: expressam proporção (à medida que, à proporção que, quanto mais…mais, quanto menos…menos).
    • Temporais: expressam tempo (quando, enquanto, logo que, assim que, antes que, depois que, sempre que).

Por que não existe uma lista de 120 conjunções?

A resposta reside na flexibilidade da língua. Diversas palavras e expressões podem atuar como conjunções dependendo do contexto. Além disso, a classificação gramatical pode variar dependendo do autor ou da gramática consultada. Expressões como visto que, a fim de que ou de modo que, por exemplo, são consideradas locuções conjuntivas, ou seja, grupos de palavras que exercem a função de uma única conjunção.

A obsessão por um número fixo de conjunções obscurece o aprendizado significativo da gramática. Em vez de memorizar listas extensas, o foco deve estar na compreensão das funções das conjunções, na análise do contexto em que são utilizadas e no desenvolvimento da habilidade de reconhecer as relações de sentido que elas estabelecem. Dominar esses aspectos é fundamental para a produção de textos claros, coesos e coerentes.

Em resumo, a busca pelas 120 conjunções é uma armadilha. O estudo da língua portuguesa deve priorizar a compreensão da funcionalidade e da classificação das conjunções, permitindo que o falante utilize esses recursos de forma consciente e eficaz na construção de seus textos. A chave está na análise do contexto e na percepção das nuances de significado que as conjunções proporcionam.