Quais são os três vícios de linguagem mais comuns?

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Pleonasmo, barbarismo e solecismo. O pleonasmo é a repetição desnecessária de ideias. O barbarismo consiste em erros de pronúncia, grafia ou flexão. Já o solecismo envolve erros de sintaxe, na construção da frase. Existem outros vícios, mas estes três são amplamente considerados os mais frequentes na língua portuguesa.
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Os Três Mosqueteiros dos Vícios de Linguagem: Pleonasmo, Barbarismo e Solecismo

A língua portuguesa, rica e complexa, oferece uma vasta gama de recursos expressivos. No entanto, essa mesma riqueza pode, por vezes, levar a deslizes e incorreções que comprometem a clareza e a elegância da comunicação. Dentre os inúmeros desvios conhecidos como vícios de linguagem, três se destacam pela sua frequência e impacto na qualidade da expressão: o pleonasmo, o barbarismo e o solecismo. Conhecê-los e evitá-los é fundamental para aprimorar a comunicação e transmitir mensagens de forma precisa e eficiente.

O pleonasmo, frequentemente chamado de redundância, caracteriza-se pela repetição desnecessária de uma ideia já contida na própria frase. Em outras palavras, é dizer a mesma coisa duas vezes, utilizando palavras diferentes, mas com o mesmo significado. Exemplos clássicos incluem subir para cima, descer para baixo e hemorragia de sangue. Embora em alguns casos o pleonasmo possa ser utilizado como recurso estilístico para enfatizar uma ideia, na maioria das vezes, torna a comunicação prolixa e pouco elegante. Imagine a frase: Eu vi com meus próprios olhos. A própria ação de ver já implica o uso dos olhos, tornando a expressão com meus próprios olhos redundante. A concisão e a precisão linguística são prejudicadas por esse excesso de palavras.

O barbarismo, por sua vez, abrange uma variedade de erros relacionados à forma das palavras. Ele se manifesta em diferentes níveis: na pronúncia (barbarismo de pronúncia), como em rúbrica pronunciado com o u tônico; na grafia (barbarismo gráfico), como em previlégio em vez de privilégio; e na morfologia (barbarismo morfológico), com flexões incorretas como deteu em lugar de deteve. O barbarismo, portanto, fere as normas estabelecidas da língua, gerando estranhamento e, em alguns casos, dificultando a compreensão. Utilizar formas estrangeiras sem a devida adaptação à língua portuguesa também configura barbarismo, como, por exemplo, dizer delivery ao invés de entrega. A incorporação de estrangeirismos deve ser feita com parcimônia e respeito às regras de adaptação fonética e gramatical.

Por fim, o solecismo diz respeito aos erros de sintaxe, ou seja, aos desvios na construção das frases. Ele afeta a concordância, a regência e a colocação pronominal, comprometendo a estrutura gramatical e a clareza da mensagem. Exemplos comuns de solecismo incluem a falta de concordância verbal, como em Fazem dois dias que não o vejo, e a regência incorreta, como em Assisti o filme em vez de Assisti ao filme. O solecismo pode tornar a frase ambígua ou até mesmo incompreensível, dificultando a comunicação efetiva. Dominar as regras sintáticas é essencial para construir frases claras, coesas e coerentes, evitando os deslizes que caracterizam o solecismo.

Vale ressaltar que, embora existam outros vícios de linguagem, como o arcaísmo, o neologismo inadequado e o estrangeirismo desnecessário, o pleonasmo, o barbarismo e o solecismo são considerados os mais frequentes no cotidiano da língua portuguesa. Estar atento a esses desvios e buscar aprimorar o domínio das normas gramaticais contribui significativamente para uma comunicação mais clara, precisa e elegante, elevando a qualidade da expressão tanto na escrita quanto na fala. Afinal, a língua é uma ferramenta poderosa, e utilizá-la com correção e precisão é fundamental para expressar ideias com clareza e eficiência, fortalecendo a comunicação e o entendimento entre as pessoas.