Qual é o novo acordo do hífen?
O novo acordo ortográfico mantém o hífen em compostas por justaposição, sem elementos de ligação, que formam unidade de sentido. São palavras com elementos nominais, adjetivos, numerais ou verbais, mantendo acentos próprios, e o primeiro elemento podendo ser abreviado.
O Hífen: Um Novo Acordo, Velhas Dúvidas
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, vigente desde 2016, trouxe mudanças significativas para a escrita, e uma das mais debatidas envolve o uso do hífen. Embora tenha simplificado algumas regras, a utilização do hífen em compostos por justaposição continua gerando dúvidas. Este artigo visa esclarecer, de forma concisa e objetiva, o que o novo acordo determina sobre esse tema, focando na preservação da unidade de sentido como critério principal.
A regra central para o uso do hífen em compostos por justaposição, sem elemento de ligação (como “e”, “com”, “de”), reside na unidade semântica. Isso significa que o hífen será mantido se a união dos elementos forma uma nova palavra, com significado próprio e indissociável. Essa unidade é perceptível quando a compreensão do sentido global depende da junção dos elementos, não sendo possível entender o significado individualmente e de forma isolada.
Observemos alguns exemplos:
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Palavras com elementos nominais: “água-viva”, “girassol”, “couve-flor”. Em cada caso, “água-viva”, por exemplo, não é simplesmente “água” e “viva” juntas. É uma entidade única, um tipo específico de animal. A mesma lógica se aplica aos outros exemplos.
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Palavras com elementos adjetivos: “luso-brasileiro”, “sócio-econômico”. Aqui, o hífen une adjetivos que, em conjunto, qualificam um substantivo de forma mais precisa do que a simples justaposição sem hífen permitiria. “Luso-brasileiro” define uma cultura ou indivíduo com raízes em Portugal e Brasil, enquanto “sócio-econômico” descreve um aspecto que engloba ambos os campos.
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Palavras com elementos numerais: “quatro-centos”, “vinte-e-um”. Embora “e” seja uma conjunção, neste caso específico, ele é parte integrante do numeral composto, e o hífen é essencial para a correta leitura e interpretação.
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Palavras com elementos verbais: “pôr-do-sol”. A expressão “pôr-do-sol” forma uma unidade semântica, representando um fenômeno natural específico.
Um aspecto importante a ser considerado é a possibilidade de abreviação do primeiro elemento, sem prejuízo do sentido. Em “auto-estrada”, por exemplo, podemos abreviar “auto” para “auto-“, mantendo a unidade semântica de “auto-estrada”. Isso reforça a ideia de que os elementos estão fortemente unidos.
Em contraponto, a ausência de hífen é indicada quando a união dos elementos não forma uma unidade semântica indissociável. A interpretação do sentido é clara e individual para cada elemento, mesmo que estejam juntos. Exemplos nesse caso deveriam ser abordados separadamente para uma melhor compreensão, já que a ausência do hífen se torna uma questão de análise semântica do termo composto.
Concluindo, o uso do hífen em compostos por justaposição, segundo o novo acordo ortográfico, depende fundamentalmente da unidade de sentido. Se a junção dos elementos forma uma nova palavra com significado próprio e indissociável, o hífen é mantido. Caso contrário, a ausência do hífen é a regra. A análise semântica cuidadosa é a chave para a correta aplicação dessa regra.
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