Como identificar a função sintática do que?

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O que como pronome relativo assume diversas funções sintáticas, dependendo da oração que introduz. Pode atuar como sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito ou adjunto adverbial, conectando a oração subordinada adjetiva à principal.

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Como Identificar a Função Sintática de “Que” como Pronome Relativo

O pronome relativo “que”, em português brasileiro, desempenha diversas funções sintáticas dentro de uma frase, especificamente quando introduz uma oração subordinada adjetiva. Sua função não é fixa e depende da relação que estabelece com a oração principal. Compreender essa variação é crucial para a análise sintática e para a compreensão do sentido da frase.

Para determinar a função de “que”, é fundamental analisar a oração subordinada adjetiva e sua relação com o termo antecedente. Diferentemente de pronomes relativos como “o qual”, “a qual”, etc., o “que” não possui um caso específico para cada função sintática; a função depende da posição e da relação semântica com a oração principal.

Identificação da Função:

  1. Sujeito: O “que” funciona como sujeito quando a oração subordinada adjetiva desempenha a ação expressa no verbo da oração principal.

    • Exemplo: A casa que está na rua principal é a mais cara. (A oração “que está na rua principal” descreve a casa e funciona como sujeito do verbo “é”.)
  2. Objeto Direto: O “que” atua como objeto direto quando o verbo da oração principal exige um objeto para completar seu sentido e a oração subordinada adjetiva exerce essa função.

    • Exemplo: O livro que li foi muito interessante. (A oração “que li” atua como objeto direto do verbo “li”.)
  3. Objeto Indireto: Quando o verbo da oração principal exige um objeto indireto e a oração adjetiva preenche essa lacuna, o “que” desempenha a função de objeto indireto.

    • Exemplo: O presente que dei a ela foi muito caro. (A oração “que dei a ela” atua como objeto indireto do verbo “dei”.)
  4. Complemento Nominal: Se o verbo da oração principal necessita de um complemento nominal e a oração adjetiva o fornece, o “que” atua como complemento nominal.

    • Exemplo: O conhecimento que ela tinha sobre história era vasto. (A oração “que ela tinha sobre história” funciona como complemento nominal do adjetivo “vasto”.)
  5. Predicativo do Sujeito: Quando a oração adjetiva caracteriza o sujeito da oração principal, o “que” pode exercer a função de predicativo do sujeito.

    • Exemplo: O aluno que estudou muito foi aprovado. (A oração “que estudou muito” caracteriza o sujeito “aluno”.)
  6. Adjunto Adverbial: O “que” também pode indicar circunstâncias de tempo, lugar, modo, causa, etc., atuando como adjunto adverbial na oração adjetiva.

    • Exemplo: A cidade que visitei no verão foi encantadora. (A oração “que visitei no verão” indica o tempo da visita e atua como adjunto adverbial de tempo.)

Importante: A análise da função sintática do “que” exige atenção aos termos da oração principal e da subordinada. É fundamental entender a relação entre elas para identificar a função correta.

Conclusão: A função sintática do pronome relativo “que” em orações subordinadas adjetivas é variável, dependendo da relação estabelecida com a oração principal. A análise cuidadosa da estrutura e da semântica da frase é crucial para determinar a função de “que” em cada contexto.