É correto falar língua de sinais?

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A pergunta É correto falar língua de sinais? pressupõe uma dicotomia inexistente. Língua de sinais é uma língua completa, com gramática e estrutura próprias, não um dialeto ou versão simplificada da língua falada. A comunicação por meio de língua de sinais é tão válida quanto qualquer outra.

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É Correto Falar Língua de Sinais? – Uma Questão Sem Contraponto

A pergunta “É correto falar língua de sinais?” pressupõe uma dicotomia artificial e, por conseguinte, errada. A resposta, portanto, é um claro e inequívoco “sim”. Língua de sinais não é um “modo alternativo” de comunicação, ou um conjunto de gestos simplificados. Trata-se de uma língua completa, tão complexa e rica quanto qualquer língua oral. Possui gramática, estrutura sintática, vocabulário próprio e, o mais importante, uma capacidade ilimitada de expressar nuances, pensamentos abstractos e emoções.

A ideia de que a língua de sinais seja inferior à língua falada é um preconceito linguístico, arraigado em uma visão errônea e muitas vezes, inconsciente, sobre a natureza da comunicação. É como perguntar se é “correto” falar português brasileiro ou inglês. A pergunta perde todo o sentido quando se considera que se trata de línguas diferentes, com regras e estruturas próprias.

Línguas de sinais, assim como qualquer outra língua, evoluíram ao longo do tempo, adaptando-se às necessidades comunicativas de seus falantes e desenvolvendo um sistema próprio de expressão. Cada língua de sinais, inclusive, possui suas próprias variações regionais, como acontece com as línguas orais. A riqueza e a complexidade da língua de sinais, longe de serem um impedimento, demonstram a força e a versatilidade da comunicação humana.

Ao reconhecer a língua de sinais como uma língua completa e independente, reconhecemos o valor inerente de seus falantes. A capacidade de expressão fluida através da língua de sinais, assim como a necessidade de comunicação, não são diferentes das que motivam qualquer falante de qualquer outra língua.

Ao invés de questionar a “correção” da língua de sinais, devemos nos concentrar em promover o respeito, a inclusão e a valorização dessa forma de comunicação tão válida quanto qualquer outra. É fundamental, para isso, investir na difusão do conhecimento sobre as línguas de sinais e na formação de profissionais que entendam e respeitem sua importância na sociedade. Apenas com esse entendimento, criaremos um ambiente mais inclusivo e equitativo para todos.