O que são vícios de linguagem de exemplos?

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Vícios de linguagem são desvios da norma padrão da língua. Exemplos incluem a sílabada (rúbrica por rubrica), a cacoépia (asterístico por asterisco) e a cacografia (excessão por exceção), que afetam, respectivamente, a acentuação, a pronúncia e a grafia.

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Desvendando os Vícios de Linguagem: Um Guia Prático com Exemplos Inusitados

Vícios de linguagem são como pequenas rachaduras na impecável fachada da norma culta. Embora muitas vezes passem despercebidos em conversas informais, esses deslizes podem comprometer a clareza, a elegância e a credibilidade da comunicação, principalmente em contextos formais, como entrevistas de emprego, apresentações acadêmicas e redações. Eles representam desvios das regras gramaticais, fonéticas ou semânticas estabelecidas, prejudicando a precisão e a fluidez da mensagem. Mas, afinal, quais são esses “pecados” linguísticos e como podemos evitá-los?

Para além dos exemplos clássicos de barbarismo, solecismo, cacófato e ambiguidade, este artigo se propõe a explorar exemplos menos convencionais, ilustrando como os vícios de linguagem podem se manifestar de formas sutis e inusitadas.

Além da Sílaba, Pronúncia e Grafia: Explorando Outros Desvios

É comum associar vícios de linguagem a erros de pronúncia, grafia e acentuação, como a própria sílabada (rúbrica por rubrica), a cacoépia (asterístico por asterisco) e a cacografia (excessão por exceção). No entanto, o universo dos vícios de linguagem é mais amplo e inclui deslizes menos óbvios:

  • Pleonasmo Vicioso: Frequentemente confundido com a ênfase, o pleonasmo vicioso consiste na repetição desnecessária de uma ideia. Exemplos clássicos como “subir para cima” e “entrar para dentro” são facilmente identificáveis. Mas, que tal “há muitos anos atrás”? A própria palavra “há” já indica passado, tornando o “atrás” redundante. Outro exemplo sutil é “ver com os próprios olhos”, afinal, com os olhos de quem mais seria possível ver?

  • Eco: Caracterizado pela repetição de sons semelhantes no final de palavras próximas, criando um efeito rimado e desagradável. Observe a frase: “A prova da aprovação foi motivo de comemoração.” A repetição dos sons “ão” e “pro” gera um eco indesejável.

  • Gerundismo: O uso excessivo do gerúndio pode tornar a comunicação prolixa e confusa. Em vez de “Vou estar enviando o relatório amanhã”, prefira a forma direta: “Enviarei o relatório amanhã.” Evite construções como “estou querendo dizer” ou “vamos estar analisando”.

  • Solecismo de Concordância: Deslizes na concordância verbal ou nominal, como “haviam muitos problemas” (o correto é “havia muitos problemas”) ou “as casas são bonitas” (se referindo a uma única casa), demonstram falta de domínio das regras gramaticais.

  • Barbarismo Semântico: Ocorre quando uma palavra é utilizada com significado inadequado. Um exemplo é usar “comprimento” (extensão) no lugar de “cumprimento” (saudação). Outro exemplo menos comum é utilizar “tráfico” (comércio ilegal) no lugar de “tráfego” (movimento de veículos).

A Importância da Consciência Linguística

Reconhecer e evitar os vícios de linguagem é fundamental para aprimorar a comunicação e projetar uma imagem profissional e culta. A leitura regular de bons autores, a consulta a dicionários e gramáticas, e a prática constante da escrita são ferramentas essenciais para desenvolver a consciência linguística e dominar as nuances da norma culta. Ao aprimorarmos nossa comunicação, demonstramos respeito pela língua e pelos nossos interlocutores, garantindo que nossa mensagem seja transmitida com clareza, precisão e elegância.