Como identificar um conjuntivo?

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O modo conjuntivo expressa ações não realizadas, hipotéticas ou subjetivas. Ele denota dúvida, como em Talvez a Mariana faça um bolo, ou desejo, exemplificado em Que a Mariana fizesse um bolo seria ótimo!. Sua função é apresentar ações incertas ou dependentes de outras.

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Desvendando o Mistério do Modo Conjuntivo: Mais do que “Talvez” e “Que”

O modo conjuntivo, frequentemente apresentado de forma simplificada como o “modo da dúvida e do desejo”, é na verdade um mecanismo rico e complexo da língua portuguesa, responsável por nuances sutis na expressão de nossas ideias. Ultrapassar a superficialidade de “Talvez faça” e “Que faça” é crucial para dominar sua utilização e escrita. Este artigo busca justamente isso: fornecer ferramentas para identificar o conjuntivo de forma precisa, indo além de exemplos básicos e explorando sua funcionalidade na sentença.

Além da Dúvida e do Desejo: A Dependência como Chave

Embora a dúvida e o desejo sejam marcas frequentes do conjuntivo, a sua característica mais fundamental é a dependência. Verbos no conjuntivo raramente se apresentam isoladamente; eles quase sempre estão subordinados a um verbo principal, expressando uma ação incerta, hipotética, ou dependente da ação do verbo principal. Essa dependência é a chave para sua identificação.

Identificação Prática: Buscando as Marcas Morfológicas e Contextuais

Reconhecer o conjuntivo exige atenção tanto às formas verbais quanto ao contexto da frase. Observemos alguns pontos cruciais:

  • Contexto Subordinativo: A presença de conjunções subordinativas (que, se, quando, embora, porque, para que, a fim de que, etc.) indica, na maioria das vezes, a probabilidade de um verbo no conjuntivo na oração subordinada. Exemplo: Espero que ele venha. (oração principal: “Espero”; oração subordinada com verbo no conjuntivo: “venha”)

  • Marcas Morfológicas: Apesar de variações entre os tempos e modos, algumas terminações verbais são características do conjuntivo:

    • Presente do Subjuntivo: Geralmente termina em -e, -es, -e, -emos, -eis, -em (ex: que eu cante, que tu cantes, que ele cante…). Atenção: Há exceções, como verbos irregulares.
    • Imperfeito do Subjuntivo: Apresenta terminações mais variadas, dependendo da conjugação (ex: que eu cantasse, que tu cantasses, que ele cantasse…). Sua identificação muitas vezes depende do contexto.
    • Futuro do Subjuntivo: Termina em -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem (ex: Quando eu terminar, que ele vier…).
  • Sentido Hipotético ou Subjetivo: Mesmo sem conjunções explícitas, o sentido hipotético ou subjetivo da frase pode indicar o uso do conjuntivo. Exemplo: Seria bom que ele estudasse mais. (O verbo “estudasse” expressa uma sugestão, uma hipótese, sem garantia de realização).

  • Verbos que Regem o Conjuntivo: Alguns verbos (como desejar, querer, precisar, é necessário, é importante, etc.) frequentemente exigem o modo conjuntivo na oração subordinada. Exemplo: É importante que você siga as instruções.

Exemplos para Ilustrar:

  • Sentença com conjunção e verbo no conjuntivo: “Quero que você entenda a situação.” (Conjunção “que”, verbo “entenda” no presente do subjuntivo)
  • Sentença com verbo que rege o conjuntivo: “Espero que ele chegue a tempo.” (Verbo “espero” rege o verbo “chegue” no presente do subjuntivo)
  • Sentença com sentido hipotético: “Talvez ela viaje para o exterior.” (O verbo “viaje” expressa uma possibilidade, sem certeza)

Conclusão:

Identificar o modo conjuntivo requer prática e observação cuidadosa. Concentrar-se na dependência da oração, nas marcas morfológicas e no contexto semântico da frase são estratégias eficientes para dominar este importante aspecto da gramática portuguesa e enriquecer a sua escrita. Não se limite a memorizar exemplos; procure analisar a estrutura das frases e entender a função do conjuntivo em cada contexto específico.

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