Como saber se é concordância verbal?

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Para concordância verbal, o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito. Em expressões partitivas (como a maioria de), o verbo pode concordar com o partitivo ou com o nome.

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A Concordância Verbal: Desvendando a Harmonia entre Verbo e Sujeito

A concordância verbal é a harmonia entre o verbo e o seu sujeito. Em termos simples, o verbo deve “combinar” com o sujeito da frase em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa). Parece fácil, mas as nuances da língua portuguesa podem gerar algumas dúvidas. Este artigo visa esclarecer os principais pontos e apresentar situações que costumam gerar confusão.

A Regra Básica: O verbo concorda com o núcleo do sujeito. O núcleo é a palavra principal do sujeito, a que dá sentido a ele.

Exemplo: O livro está na estante. (Singular – 3ª pessoa singular)

Os livros estão na estante. (Plural – 3ª pessoa plural)

Casos mais Comuns e suas Nuances:

  • Sujeito Composto: Se o sujeito composto for formado por núcleos ligados por conjunção aditiva (e, nem), o verbo vai para o plural.

Exemplo: Maria e João foram ao cinema.

  • Sujeito Composto com Núcleos em Pessoas Diferentes: Nesta situação, o verbo normalmente concorda com a pessoa que prevalece na hierarquia (1ª pessoa > 2ª pessoa > 3ª pessoa).

Exemplo: Eu e você iremos viajar. (1ª pessoa prevalece)
Tu e ele ireis viajar. (Considerando o “vós”, que está em desuso no português brasileiro contemporâneo, esta frase seria a forma correta segundo a norma culta)

  • Sujeito Composto com Núcleos Ligados por “ou” ou “nem”: Se a ideia for de exclusão, o verbo concorda com o núcleo mais próximo. Se a ideia for de adição ou alternância, o verbo pode concordar com o núcleo mais próximo ou ir para o plural.

Exemplo: Pedro ou Maria ganhará o prêmio. (exclusão)
Cerveja ou vinho são boas opções. (adição/alternância, verbo no plural)

  • Expressões Partitivas: Expressões como “a maioria de”, “a maior parte de”, “uma porção de”, “grande número de” etc., permitem a concordância com o elemento partitivo (a maioria, a maior parte) ou com o substantivo que o acompanha. A escolha depende do contexto e do nível de formalidade.

Exemplo: A maioria dos alunos aprovou/aprovaram na prova. (Ambas as concordâncias são válidas)

  • Expressões Quantitativas: Similar às expressões partitivas, expressões como “mais de”, “menos de”, “cerca de”, seguidas de numeral e substantivo, normalmente fazem o verbo concordar com o substantivo.

Exemplo: Mais de mil pessoas assistiram ao show.

  • Pronomes Indefinidos: Pronomes indefinidos como “alguém”, “ninguém”, “cada um”, “qualquer um” levam o verbo para a 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Alguém telefonou para você.

  • Verbos Impessoais: Verbos como “haver” (no sentido de existir), “fazer” (indicando tempo), “ser” (indicando tempo ou distância) são impessoais e ficam sempre na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: muitas pessoas na festa.
Faz dez anos que não o vejo.
Era uma vez… (introdução de conto)

Conclusão:

A concordância verbal, embora aparentemente simples, apresenta nuances que exigem atenção. Compreender as regras e suas exceções é fundamental para uma escrita correta e precisa. Em casos de dúvida, a leitura atenta da frase e a análise cuidadosa do sujeito e do seu núcleo são essenciais para a escolha adequada da conjugação verbal. A prática e a consulta a gramáticas normativas podem auxiliar na consolidação desses conhecimentos.