Qual a diferença entre Libras e asl?

13 visualizações

A Língua de Sinais Americana (ASL) é uma língua de sinais usada principalmente nos Estados Unidos e Canadá. Difere da Libras, a língua de sinais brasileira, em vocabulário, estrutura gramatical e sistema de sinais.

Feedback 0 curtidas

Libras e ASL: Duas Línguas, Duas Culturas

A comunicação através de sinais corporais transcende fronteiras geográficas, mas isso não significa que todas as línguas de sinais sejam iguais. Apesar da semelhança aparente, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a American Sign Language (ASL) são línguas distintas, com suas próprias estruturas gramaticais, vocabulários e até mesmo sistemas de sinais específicos. Compará-las é como comparar o português com o inglês: ambas permitem comunicação, mas utilizam diferentes palavras, estruturas frasais e expressões idiomáticas.

A principal diferença reside na evolução histórica e cultural de cada língua. A ASL, desenvolvida principalmente em escolas para surdos nos Estados Unidos, possui influências da língua de sinais francesa, enquanto a Libras, embora tenha absorvido algumas influências da ASL e de outras línguas de sinais, possui uma trajetória própria, moldada pela cultura brasileira e pelas experiências da comunidade surda no país. Essa diferença histórica se reflete diretamente em suas estruturas.

Vocabulário: Uma palavra em Libras nem sempre possui um equivalente direto em ASL. Muitos sinais são distintos, refletindo diferentes expressões culturais e conceitos. Imagine a dificuldade de traduzir um ditado popular – a tradução literal não transmitiria o mesmo significado ou impacto cultural. O mesmo ocorre com sinais: a forma como se expressa um conceito abstrato, como “saudade”, difere significativamente entre as duas línguas.

Gramática: A estrutura gramatical também apresenta divergências substanciais. A ordem das palavras, a concordância verbal e o uso de marcadores gramaticais variam significativamente entre Libras e ASL. Por exemplo, a maneira como se conjuga um verbo ou como se indica o tempo verbal pode ser completamente diferente. Essa diferença gramatical torna a tradução literal impossível em muitos casos, exigindo uma tradução que considere o sentido e o contexto.

Sistema de Sinais: Além do vocabulário e da gramática, o próprio sistema de sinais apresenta nuances. A formação dos sinais, a localização no espaço de sinalização e até mesmo a expressão facial podem variar entre as duas línguas. Um mesmo sinal pode apresentar pequenas diferenças em sua execução, o que, para um falante fluente, pode indicar variações de significado ou contexto.

Implicações da Diferença: A compreensão dessas diferenças é fundamental para a inclusão de surdos em diferentes contextos. Um intérprete de Libras não pode simplesmente traduzir para ASL e vice-versa. É necessário um profissional especializado em cada língua, com conhecimento profundo de sua estrutura e cultura. Da mesma forma, materiais didáticos e recursos de acessibilidade devem ser adaptados para cada língua, garantindo a comunicação eficaz e a preservação da identidade linguística das comunidades surdas.

Em resumo, Libras e ASL, embora ambas sejam línguas de sinais, são sistemas de comunicação distintos, com suas próprias histórias, culturas e estruturas. Reconhecer e respeitar essas diferenças é crucial para a promoção da inclusão e da valorização da diversidade linguística.